sábado, 21 de março de 2009

Violencia contra idosos

RIO - Um estudo do Instituto de Segurança Pública, divulgado nesta segunda-feira no telejornal "RJ TV", revela que, em cinco anos, o número de registros de casos de violência contra quem tem mais de 60 anos cresceu 40%. Essa é a primeira vez que o governo contabiliza os registros de violência contra idosos em todo o estado. Segundo o levantamento feito pelo Instituto de Segurança Pública, foram 29 mil ocorrências em 2002 e 41 mil em 2006.
- Observamos que pode estar havendo uma maior consciência dos idosos sobre seus direitos, o que tem provocado uma demanda maior. Isso é positivo - avalia a presidente do Instituto de Segurança Pública, Ana Paula Miranda.
A Zona Norte do Rio concentra mais da metade dos casos. Em seguida, vem a Zona Oeste. Depois, a Zona Sul. O menor número de ocorrências foi registrado no Centro da cidade.
Ameaça e estelionato são os crimes mais freqüentes. Roubos aparecem em terceiro lugar e, em quarto, lesão corporal.
- Para as fraudes, o golpe e o estelionato, o público idoso é o alvo preferencial, porque muitas vezes acreditam mais nos outros do que pessoas das demais faixas etárias - explica Ana Paula Miranda.
Mas a violência não vem só da rua. A pesquisa revela que mais da metade dos idosos que registraram queixa convivia com o agressor. Era um parente, um amigo ou o próprio companheiro. E nos casos de lesão corporal, a maioria acontecia dentro de casa.
- Dentro de casa, tem filho que bate na mãe, no pai, no avô, na avó. Na rua já vi garotos que agridem os idosos quando eles saem do banco - afirma o aposentado Danilo Augusto.
Segundo a presidente do Instituto de Segurança Pública, a pesquisa é fundamental para orientar novas políticas públicas de segurança e de apoio à população com mais de 60 anos, que cresce a cada dia.
Entre a estrutura existente para tentar diminuir o risco que os idosos correm se destacam o Ministério Público, que tem uma divisão especial para a terceira idade, o Estatuto do Idoso e um atendimento telefônico que permite o encaminhamento de denúncias.
Das últimas 22 ligações recebidas pelo "Ligue-Idoso", 21 estavam relacionadas a denúncias de maus-tratos pela família.
Para a coordenadora do programa da Terceira Idade da Uerj, Sandra Rabello de Farias, a ausência do poder público também é uma forma de violência contra o idoso.
- Podemos considerar, por exemplo, que uma calçada esburacada é uma forma de violência, porque afeta diretamente o idoso. O serviço de saúde sem atenção à terceira idade e até o transporte também são uma violência provocada pelo poder público. Então, políticas públicas devem ser incentivadas nesse sentido.

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